“Tu és muito mais do que os teus resultados escolares”

Olá! Para quem não me conhece, chamo-me Catarina Rios, sou terapeuta da fala e gosto de complementar a minha apresentação da seguinte forma:

Ajudo crianças a melhorarem a sua comunicação, linguagem (oral e escrita) e fala de uma forma feliz e confiante

Porquê esta forma de apresentação?

Porque para mim é importante que, na relação que estabeleço com a criança e no trabalho que desenvolvo com ela, ela se sinta feliz e confiante.

Porquê?

Porque sei que, crianças felizes, aprendem mais e melhor e sei que, crianças confiantes, são crianças que arriscam mais, que sabem lidar com desafios e que serão, no futuro, jovens e adultos igualmente confiantes.

“Tu és muito mais do que os teus resultados escolares” é uma frase que repito vezes sem conta a muitas das crianças com quem trabalho e que apresentam dificuldades de aprendizagem. Muitas vezes, estas crianças estão descrentes das suas próprias capacidades, dons e talentos. Sentem-se inferiores aos seus colegas, sentem que têm menor valor que eles, sentem-se tristes por não conseguirem alcançar os objetivos escolares para si definidos (mesmo que estes nunca tenham sido ditos à criança de uma forma direta ela sabe, e sente, que não está a atingir aquilo que é esperado de si, quanto mais não seja pela confrontação direta que a própria faz de si mesma no seu dia a dia escolar).

Como podemos ajudar?

A resposta a esta questão (a minha resposta) passa pelo desenvolvimento da auto-estima na criança. A auto-estima está relacionada com a noção de valor pessoal e desenvolve-se, sobretudo, através da relação que os adultos de referência da criança estabelecem com ela. É verdade! A forma como nós, adultos de referência, nos relacionamos com uma criança irá definir a forma como ela se relacionará consigo mesma, hoje e sempre. Será algo que a acompanhará pela vida fora.

Tudo aquilo que transmitimos às crianças, quer seja de forma verbal ou não verbal, irá “pesar” na construção da mensagem interior que a própria irá repetir a si mesma ao longo da sua vida. Ou seja, o valor que eu demonstro que uma criança tem na relação que estabeleço com ela, especialmente numa relação mãe/pai -filho, será o mesmo valor com que a criança se verá a si própria. E, esse valor, não esta relacionado nem com a sua aparência, nem com as suas conquistas nem, tão pouco, com os seus comportamentos ou resultados escolares. As crianças (e nós) têm valor somente pela sua existência.

Catarina Rios

Terapeuta da Fala